26 de dezembro de 2012

Sem vestígios - Projeto de mineração no Pará vai destruir 35 sítios arqueológicos que podem conter rastros de povos pré-colombianos


A iminente destruição de 35 sítios arqueológicos na região amazônica com a ampliação do Projeto Ferro Carajás, da empresa Vale do Rio Doce, foi denunciada nesta semana por reportagem publicada no jornal The New York Times, traduzida no Brasil por O Globo. A área explorada pela mineradora fica no sudeste do Pará e contem 187 cavernas de interesse histórico, que podem ter vestígios de povos pré-colombianos que passaram por ali há mais de 8 mil anos. A Vale, cujo maior interesse neste caso é a venda de liga de ferro para a fabricação de aço pela indústria chinesa, contratou especialistas para avaliar a importância dos sítios e chegou a modificar o plano original de exploração de minério após o laudo.  Do total de cavernas na mira da eliminação, 24 seriam enquadradas pela própria empresa como de ‘alta relevância’. A Vale está investindo US$ 20 bilhões na empreitada que visa criar 30 mil empregos.

A discussão é polêmica e não há estudos arqueológicos aprofundados a respeito das cavernas, ou uma legislação nacional que assegure a proteção do patrimônio ambiental. Pelo menos, não ainda: já faz 20 anos, por exemplo, que circula na Câmara um projeto de lei que propõe a “proteção das cavidades naturais subterrâneas”. Ele permanece fora da ordem do dia nas discussões políticas. No que diz respeito ao âmbito histórico e cultural, os sítios são protegidos pela Lei nº 3.924/61, considerados bens patrimoniais da União. Para contornar a regra, a empresa afirma que preservará sítios em outras áreas do Pará em compensação à perda de algumas grutas de Carajás.


Matéria extraída da "Revista de História" 18/12/2012

19 de dezembro de 2012

(RE) VISÕES SOBRE A PRÉ-HISTÓRIA BRASILEIRA NA LITERATURA DIDÁTICA

RESUMO

Através da análise da temática da Pré-história brasileira em alguns livros didáticos selecionados no Guia do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD 2011), procurou-se compreender e estabelecer a relação entre as apresentações pouco consistentes do passado brasileiro que, de maneira geral, não permitem, por parte do aluno, conhecer toda a diversidade cultural e social do passado, bem como, nesses livros, não fica estabelecida a conexão direta entre esses povos antigos com os atuais indígenas. As versões canônicas da História ensinada na escola veiculam noções de tempo e espaço eurocêntricas e evolucionistas para embasar a ideia de atraso técnico e civilizatório dos povos pré-cabralinos. Essa interpretação das populações indígenas remotas combinadas com outras ideias equivocadas da atualidade – tal como o pensamento de que os índios permanecem em situação de atraso a ponto de tenderem a desaparecer – justificam uma construção social excludente, tanto no passado como no presente. Tendo em vista estas observações, procurou-se, com o auxílio da Arqueologia, desconstruir estas versões normativas sobre a Pré-história brasileira; caracterizar a diversidade cultural e a complexidade social das populações nativas; apresentar a(s) (des)continuidades entre paleoíndios e os indígenas da atualidade; e divulgar fontes de informações para os professores e estudantes. Pois é necessário um diálogo interdisciplinar ampliado, principalmente envolvendo os professores, que constituem os principais propagadores e construtores do conhecimento histórico escolar. Além disso, fortalecer as discussões é o meio para se chegar a um conhecimento construído coletivamente, que faça sentido, que demonstre toda a diversidade humana e que, por isso, seja emancipatório.
 
PALAVRAS-CHAVE: Pré-História – populações indígenas – livros didáticos – Cultura Material.

Autora: Cássia Ap. Guimarães

ATENÇÃO: Todos os trabalhos aqui apresentados terão seus resumos publicados, caso exista o interesse nos trabalhos, favor enviar um e-mail para f.arqueo@gmail.com  que teremos o prazer de enviá-los por e-mail o mais breve possível.

PATRIMÔNIO E URBANIZAÇÃO: um olhar arqueológico sobre a paisagem urbana - estudo de caso sobre o elevado Costa e Silva e a degradação do patrimônio histórico edificado

RESUMO
 
O presente trabalho busca abrir uma discussão quanto à concepção de Patrimônio, enfatizando o Patrimônio Histórico Edificado dentro da sociedade paulistana a partir da contextualização com a paisagem e com a dinâmica do desenvolvimento urbano. A pesquisa busca desenvolver uma abordagem sobre a perspectiva da Arqueologia da Paisagem Construída, oferecendo assim um olhar mais amplo para as questões patrimoniais. O olhar espacial contempla a área da Praça Marechal Deodoro atingida pela via Elevada Pres. Arthur da Costa e Silva, construção polêmica na contemporaneidade, mas carregada de um valor simbólico. Além de abranger temas como preservação do Patrimônio Histórico Edificado, deterioração urbana, reurbanização, revitalização e crescimento urbano, a pesquisa convida o leitor para uma reflexão sobre o que compreendemos como patrimônio, sua importância na construção da identidade cultural da sociedade e propõe uma abordagem em Educação Patrimonial para a cidade de São Paulo.

Palavras-chave: Patrimônio Histórico Edificado, Arqueologia da Paisagem Construída, Minhocão, Urbanização.

Autora: Lúcia G. Bergamini

ATENÇÃO: Todos os trabalhos aqui apresentados terão seus resumos publicados, caso exista o interesse nos trabalhos, favor enviar um e-mail para f.arqueo@gmail.com  que teremos o prazer de enviá-los por e-mail o mais breve possível.

A ARTE RUPESTRE BRASILEIRA: resgate estético para questões éticas

RESUMO

Este presente trabalho tem como objetivo realizar uma breve análise sobre a forma como os pesquisadores e estudiosos analisaram as manifestações artísticas rupestres brasileiras, a partir do ponto de vista eurocêntrico renascentista. Apresentando um rápido panorama sobre o desenvolvimento dos estudos arqueológicos no Brasil, analisou também as maneiras como os estudos destes pesquisadores contribuiram para a definição das tradições rupestres cristalizadas nos meios acadêmicos. Analisando as origens dos primeiros habitantes do Brasil, este trabalho buscou apresentar um painel geral para as pinturas e gravuras realizadas no período Pré-colonial. Esta pesquisa apresentou como a arte rupestre brasileira pode ser abordada, sem se desmerecer seu devido valor, mas contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência preservacionista das nossas mais antigas manifestações artísticas e culturais.

Palavras-chave: Arte rupestre brasileira; Arqueologia; Brasil Pré-colonial; Primeiros habitantes do Brasil; Tradições rupestres

Autor: Marcos R. da S. Moreira

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III Semana Internacional de Arqueologia "André Penin" do MAE-USP

Olá amigos,

Após um bom tempo sem postar, trago até vocês o primeiro Informe sobre a III Semana Internacional de Arqueologia "André Penin" do MAE-USP.

Data: 22 a 27 de Abril de 2013

Local: Universidade de São Paulo

- Mesa debate sobre patrimônio arqueológico frente ao licenciamento ambiental.
- Mesas temáticas sobre: Interdisciplinaridade da Arqueologia; Arqueologia de Gênero; Arqueologia Pré-Colombiana.
- Palestras de pesquisadores internacionais.


Em breve, assim que tivermos mais informações vamos postando aqui!